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Série Viva! – Sons! – sinos que dobram
Nilson José dos Santos fala sobre o seu trabalho como sineiro. O som das badaladas invade as ruas e imprime uma aura mágica à cidade de São João Del Rey (MG).
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O encontro com o outro
Joel Rufino dos Santos aborda o conceito de democracia racial e de cultura universal. Diz que na vida, todo tempo, estão nascendo processos culturais autônomos, com relação ao mercado e ao Estado, que em um determinado momento são apropriados por eles. Esses processos culturais produzem seus intelectuais que inventam, criam, educam. Rufino coloca que a democracia, os direitos humanos e a cultura não são universais. Joel Rufino dos Santos é doutor em comunicação e cultura pela UFRJ, onde leciona Literatura. Historiador, romancista e membro do Comitê Científico Internacional do Programa Rota do Escravo – UNESCO. Publicou “A história política do futebol brasileiro”; “Crônicas de indomáveis delírios” e “Quando eu voltei, tive uma surpresa”, premiado com o troféu Orígenes Lessa, na categoria Melhor para o Jovem, pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, em 2000.
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Édipo, adeus: o enfraquecimento do pai
“Pra aceitarmos a questão do Édipo, nós temos que aceitar a premissa fundamental que é a premissa do conflito do homem com a civilização. Se nós não aceitarmos essa premissa, nós não vamos falar em Édipo. O que Freud entende por conflito entre homem e a civilização? Quer dizer que entre o homem e a civilização não existe acordo possível. Porque tem sempre alguma coisa com ruído que rompe qualquer possibilidade de harmonia. Então existe sempre alguma coisa que lembra desse distanciamento e que nos leva a retomar a conversa. Se não fosse assim a gente fazia amor uma vez só na vida. Mas assim que a gente termina de fazer amor e diz eu te amo, a outra pessoa pergunta “mas ama mesmo?”. Quer dizer, a base freudiana diz que entre a pessoa e o mundo necessariamente existe uma distância. O homem não é co-natural, nem se comer o sanduíche natural da praia de Ipanema. O maior poeta brasileiro, tido como o maior poeta brasileiro, diz que não funcionam as tentativas que o homem pode fazer de ficar mais perto do mundo. Que o máximo que a gente consegue fazer ao tentar ser igualzinho ao mundo, por não suportar a distância em relação ao mundo, é fazer uma rima, mas jamais uma solução. Ou seja, se ele, Carlos Drummond de Andrade, resolvesse se chamar Raimundo, porque assim ficaria mais próximo do mundo, ele ainda assim teria uma rima, mas não uma solução. E o poeta diz do porquê disso, ao falar ‘porque é mais vasto o meu coração’. Porque tem algo na singularidade de cada um que está eternamente em conflito com qualquer resposta que o mundo possa dar. Nesse sentido, a psicanálise está muito longe de ser uma relação de harmonia. A psicanálise é a administração de conflito, igual à dívida brasileira, que não se paga, se administra”. Com o psicanalista Jorge Forbes.
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